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Legacy of Kain – A trilogia Soul Reaver

  • Francisco Leite
  • 21 de nov. de 2017
  • 2 min de leitura

Como posso descrever a história desta trilogia iniciada em 1999 sem ser extremamente confuso? Soul Reaver envolve vampiros, um devorador de almas, viagens no tempo, paradoxos temporais, demónios, místicos manipuladores, pilares mágicos que servem como uma espécie de barreira interdimensional, um conflito milenar entre duas espécies que (aparentemente) já desapareceram, e um autoproclamado Deus que diz ser o centro do ciclo de renascimento, mas que muito possivelmente não passa de um parasita ao nível planetário. Ufa, que confusão! E ainda só estou a raspar a superfície.

Depois do parágrafo acima, não me surpreenderia que muitos de vocês achassem melhor deixar esta aparente salgalhada de parte e passar a coisas que pareçam mais sensatas. O que seria um erro, porque esta trilogia também inclui coisas como diálogo de alta qualidade, personagens bem desenvolvidas, pensamentos sobre o livre arbítrio, e um dos melhores enredos de que tive o prazer de desfrutar em videojogos.

Como é comum nos jogos, a trilogia foi um esforço colaborativo, mas no centro do projeto estava Amy Hennig que, para além de ser a diretora da equipa, foi a principal escritora da história. A forma como o fez é sem dúvida uma das razões principais para o enredo funcionar: em vez de nos atirar de cabeça para aquele mundo cheio de conceitos difíceis de digerir, Hennig vai-nos apresentando lentamente a tudo. Começamos com uma simples história de vingança contra um tirano, que com o tempo abre portas a uma busca por verdades escondidas. Quando damos por nós, estamos a olhar para um mundo extremamente complexo, com uma história serpenteante e, mais do que isso, mutável… mas conseguimos compreender tudo o que se está a passar.

É também justo dar relevo aos principais voice actors do projecto: Simon Templeman como o titular Kain, Michael Bell como o protagonista Raziel e o lendário Tony Jay, já falecido, no papel do Elder God que está no centro da trama. O trabalho de voz na trilogia é em geral de alta qualidade, mesmo quando comparado com os padrões dos dias de hoje, mas a dinâmica entre estes três atores é sem dúvida um dos pontos fortes de toda a saga. Quase que conseguimos sentir a história que existe entre as três personagens enquanto as ouvimos a falar entre si.

Para terminar, volto à mesma ideia com que comecei: vou descrever a história desta trilogia, desta vez de uma forma bem menos complicada. Permitam-me usar a voz das suas personagens para tal:

Raziel Disseste-o tu mesmo, Kain… só há dois lados na tua moeda.

KainAparentemente assim o é, mas supõe que atiras uma moeda ao ar vezes suficientes… supõe que um dia, ela aterra na sua orla.

Funciona como um bom resumo. E dá a este artigo uma natureza interessante que encaixa com o espírito de Soul Reaver. Para compreenderem o porquê, nada como irem experimentar a trilogia, claro!

 
 
 

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