O mal está feito
- Matilde Quintela
- 9 de jan. de 2017
- 2 min de leitura

João Quadros não só é o nome que já somos capazes de ter lido em algum lado, como também é ao que responde um mordaz argumentista português.
Nascido em Lisboa em 1964, o escritor licenciou-se em gestão – aliás, são várias as vezes que conta a história de como passou de homem de negócios para o que é agora: um dos responsáveis pelos vários programas de humor que têm vindo a ser feitos em Portugal. Terminou o curso de gestão no Instituto Superior de Gestão aos 27 anos, especializando-se depois em Recursos Humanos. Mas como acabou João Quadros nos estúdios das Produções Fictícias?
Vestia fato e gravata diariamente e, enquanto diretor de Recursos Humanos de uma empresa, passava o dia entre a secretária e reuniões. Numa dessas reuniões, levantou-se para ir à casa de banho e nunca mais voltou. Num ano conseguia ter um salário equivalente ao que tinha na empresa. Quando abandonou a reunião já estava inscrito num curso de Escrita Criativa, mas antes passou por trabalhar nas vindimas e dar explicações de matemática. Três meses depois de ter começado o curso, foi convidado para escrever para o Herman. Apesar de se arrepender de ter passado anos da sua vida a tirar um curso que não gostava, reconhece-lhe a importância por lhe ter dado um método de trabalho.
Nos últimos vinte anos tem escrito para rádio, cinema, teatro, jornais, televisão, sendo um dos nomes mais preponderantes no que toca à comédia portuguesa. Foi ainda responsável por frases como: “Eu é que sou o presidente da Junta!”.
Estes são alguns dos conteúdos que escreveu:
Contra Informação (1996-1998)
Herman Enciclopédia (1997-1998)
Não és homem não és nada (1999, 25 episódios)
Fábrica de Anedotas (2001)
O programa da Maria (2001)
Ídolos (2003)
O Homem que Mordeu o Cão (2003-2004)
O Inimigo Público (2005)
Herman SIC (2000-2006)
Lado B (2010)
O Último a Sair (2011)
Som de Cristal (2015)
Há vários anos que trabalha em parceria com o Bruno Nogueira, tendo o duo e consequente amizade começado quando Nogueira tinha apenas 19 anos. Dos vários trabalhos que fizeram juntos, João Quadros costuma destacar “O Último a Sair” como um dos projectos que mais gostou de escrever e do qual se orgulha.
A acidez do seu humor já lhe fez valer alguns processos em tribunal por parte de personalidades como José Cid ou D. Duarte, o que faz com que tenha de controlar o médium que usa para levar as piadas a público. Normalmente utiliza o twitter como plataforma para testar algum do humor que escreve mas, nesta rede social, onde utiliza o nome omalestafeito, também critica várias figuras públicas do quotidiano, valendo-lhe alguma fama na internet. Surgiram também outras contas como QuadrosInsulta, que reúne uma compilação de insultos do argumentista.
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