Oliver Stone, o Controverso
- Marta Alves
- 13 de dez. de 2016
- 2 min de leitura

Aos 70 anos, William Oliver Stone assume-se como um dos mais contestados guionistas e realizadores norteamericanos.
Nascido em Nova Iorque, em 1946, encontrou na separação de seus pais – Louis Stone e Jacqueline Goddet – um importante marco emocional para a sua linha de escrita. A frequente ausência da sua mãe e o importante papel do seu pai na sua vida culminou num especial relevo das relações pai-filho nos seus filmes. Paralelamente, Oliver Stone cresceu, e com ele cresceu o seu amor pelo cinema. Em termos de inspiração, podemos apontar Luis Buñuel e Jean-Luc Godard, com os traços de velocidade e energia colocados nas suas produções.
Após o serviço militar na guerra do Vietname – situação que também se repercutiu nos guiões e filmes produzidos (filme de 12 minutos, Last Year in Viet Nam – 1971) – Stone ingressou na Universidade de Nova Iorque, contando com nomes como Martin Scorsese para a sua formação em Belas Artes. Passando por uma variedade de ocupações, desde motorista de táxi a assistente de produção, Stone marcou o seu lugar no mundo dos guionistas no final dos anos 70. O guionista e realizador tem ainda a particularidade de ter escrito ou participado em todos os filmes que dirigiu, à exceção de U Turn (1997).
Em 1974, Oliver Stone realizou o seu primeiro filme, Seizure. O guião de Midnight Express (1978) foi galardoado com o Prémio da academia para melhor adaptação. Nomes como Platton (1986), Born on the Fourth of July (1989) e Natural Born Killers (1994) juntam-se à vasta lista de filmes premiados, escritos e dirigidos por Stone.
Pela sua veia mais polémica impressa no que escreve, sobretudo debruçada sobre questões políticas ou bélicas, vários críticos apontam uma linha de conspiração e de manipulação dos espectadores. Platoon (1986) e Wall Street (1987) são exemplos indicados. Apesar das associações com questões políticas, o guionista e realizador afirma que os seus filmes são, sobretudo, dramas sobre os indivíduos, enquadrados nas suas dificuldades pessoais.
Mais recentemente, foi co-guionista e realizador no filme Snowden (2016). Recorde-se a escrita e realização da biografia de W. Bush, uma obra biográfica e controversa sobre a História de Edward Snowden, antigo NSA, que expôs as atividades de vigilância do governo norteamericano. Heroicizado por uns, traidor para outros, Snowden – a pessoa e o filme - reúne em si duas das características do estilo de escrita e realização de Stone: traços políticos versus dramas pessoais e humanos.
Apesar da vasta lista cinematográfica de Oliver Stone, focamos as obras em que ele foi apenas guionista, para que, se assim o leitor queira, possa acompanhar a linha criativa que aplica à sua escrita, descolada da realização.
Midnight Express (1978)
Conan the Barbarian (com John Milius) (1982)
Scarface (1983)
Year of the Dragon (com Michael Cimino) (1985)
8 Million Ways to Die (com David Lee Henry) (1985)
Evita (com Alan Parker) (1996)
Finalmente, confirmando a personalidade polémica e controversa deste guionista norteamericano, importa ressalvar o facto de ter sido preso duas vezes: uma por porte de marijuana e outra por porte de haxixe.
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