John Hughes – O Eterno Adolescente
- João Ribeiro
- 1 de jan. de 2017
- 2 min de leitura
Com o Natal ainda recente nas nossas mentes decidi escrever sobre um senhor que acaba por ter grande influência no Natal de todos os portugueses (e não só!). Decidi dar-vos a conhecer um pouco sobre a mente por detrás do filme de Natal mais conhecido: Home Alone. Estou, obviamente, a falar de John Hughes.
John Hughes Jr. nasceu a 18 de Fevereiro de 1950 em Lansing, Michigan, e acabou por se tornar num dos grandes realizadores e argumentistas dos anos 80 e 90. Infelizmente, não é dos realizadores mais conhecidos, visto que nunca recebeu nem foi nomeado para um Óscar, mas, na minha opinião, isso não lhe tira o mérito de ter escrito grandes filmes como Ferris Bueller’s Day Off, The Breakfast Club, a saga de Home Alone, a saga de Beethoven e 101 Dalmatians, entre muitos outros. Aproveito este espaço para falar de Hughes como argumentista, apesar do seu trabalho como realizador ser de uma grande qualidade, como podemos verificar num dos meus filmes favoritos de sempre, The Breakfast Club.
John Hughes, ao todo, escreveu mais de 45 longas-metragens na vida, acabando por morrer em 2009. Todos estas histórias lhe conferiram uma grande bagagem de experiência, apesar de admitir que entrou no “negócio” um pouco aos trambolhões. Chegou mesmo a admitir, numa entrevista, que nos seus primeiros filmes gritou duas vezes ação mesmo antes de as câmaras estarem ligadas.
John era caracterizado pelos amigos e pelas pessoas com quem trabalhava como alguém que nunca cresceu. Alguém que conseguiu manter a essência do que é ser jovem, do que é ser adolescente e, consequentemente, conseguir colocar essa essência nos filmes.
Na minha opinião, o que faz os argumentos de John Hughes tão bons é a complexidade de cada personagem. É esquecer a maneira como Hollywood retratava os adolescentes (vazios, superficiais, “idiotas”) e mostrá-los com um realismo enorme: complexos e inseguros. É impressionante a maneira como John consegue criar personagens tão próprias e, ao mesmo tempo, tão transcendentes e icónicas como Brian, Allison, Claire, Andy e John em The Breakfast Club. São personagens com pensamentos, inseguranças, medos e sonhos tão próprios e que representam ao mesmo tempo uma personagem-tipo. Isto só é possível através do argumento.
Os guiões de John são histórias criadas à volta de uma ou mais personagens. Cada personagem a quem ele dá vida tem um background complexo e interessante. É através deste realismo pessoal que ele consegue criar uma comédia tão pura e relacionável. Acabo com uma frase de Ferris Bueller’s Day Off, que acho que caracteriza a vida de John e que espero que, no futuro, caracterize a minha: “Yep i said it before and i’ll say it again. Life moves pretty fast. You don’t stop and look around once in a while, you could miss it”.
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