Pulp Fiction - Análise do guião
- Madalena Amorim
- 4 de jun. de 2015
- 2 min de leitura

Pulp Fiction é um filme americano de 1994, escrito e dirigido por Quentin Tarantino, baseado num argumento escrito por ele e Roger Avary. A ideia original de Pulp Fiction surgiu da parceria entre estes dois, que tinham como intenção produzir uma curta-metragem. No entanto, decidiram abandonar a ideia, tornando-se então o filme numa longa-metragem, com uma secção escrita por Tarantino, outra por Avary, e uma por um terceiro director que nunca se tornou realidade. Cada um, eventualmente, expandiu a sua secção para um guião de longametragem. No caso de Tarantino expandiu-se para o seu filme pioneiro Reservoir Dogs, e no caso de Avary transformou-se em “O Relógio de Ouro”- uma das histórias mais inusitadas de Pulp Fiction. Pulp Fiction foge ao modelo clássico tanto em relação ao protagonista, uma vez que tem vários, como em relação ao tempo, que é narrado sem ordem cronológica. A narrativa é então não-linear e conta três histórias diferentes com várias personagens, mas com enredos convergentes, sobre uma dupla de assassinos, um gangster e a sua esposa e um pugilista pago para perder uma luta. A acção decorre em Los Angeles, e a narrativa intercala cinco momentos fundamentais: o prólogo, Vincent Vega e a esposa de Marsellus Wallace, o relógio de ouro; Jules, Vincent, Jimmie e o Lobo e o epílogo. Além dos detalhes e da maneira como a história é contada, outro aspecto que chama a atenção no guião que valeu a Pulp Fiction o Óscar de melhor guião original, é a forma como Tarantino aborda assuntos extremamente delicados de maneira peculiar. Os diálogos são fortes e extremamente bem construídos, na maioria das vezes repletos de humor negro sobre diversas ações e acontecimentos e denota-se também a naturalidade com que as drogas e a violência são tratadas no dia-a-dia dos personagens. Em Pulp Fiction também é bastante notório a utilização de recursos de flashback, flash forward e descontinuidade, despertando o interesse e atenção do espectador e, ao contrário da ordem dos factos, os diálogos estão sequencialmente ordenados, sendo que, tudo o que foi dito iria ser alicerce do que iria acontecer ou desenlace do que foi dito.
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