The Phantom of the Opera
- Catarina Silva
- 1 de jun. de 2015
- 2 min de leitura

O Fantasma da Ópera, romance publicado por Gaston Leroux, em 1910, retrata a história do fantasma que teria habitado nos subterrâneos da Ópera de Paris, no final do século XIX.
Desde que este romance foi publicado, já foram produzidos 18 filmes que contam a mesma história, ainda que de formas diferentes. Este é, de facto, um bom exemplo de como uma mesma história pode originar tantos guiões e tão diferentes entre si.
O último filme foi produzido em 2004 - The Phantom of the Opera. Dirigido por Joel Schumacher, com guião de Andrew Lloyd Webber, este é um romance musical dramático que foi e é ainda um grande sucesso, tendo já sido indicado para os Óscares de Melhor Direcção de Arte, Melhor Fotografia e Melhor Canção Original e para os Globos de Ouro para Melhor Filme – Comédia ou Musical, Melhor Canção Original e Melhor Actriz – Comédia ou Musical - Emmy Rossum.
A história começa no ano de 1919, onde estão a ser leiloadas algumas peças da Ópera de Paris, para, depois, voltar ao ano de 1870, período em que a narrativa se desenvolve. Ao longo do filme, são apresentados alguns flashs do presente, voltando novamente ao século XIX, onde realmente se desenrola a acção.
Toda a acção se dá na Ópera de Paris, onde habita o fantasma, Erik (Gerard Butler), escondido da sociedade que o trata como um monstro, devido à deformação facial com que nasceu. Erik considera-se o dono do teatro e faz de tudo para que a sua amada e aprendiz, Christine Daae (Emmy Rossum) substitua a soprano La Carlotta (Minnie Driver) na peça que vai estrear. Christine é um sucesso e desperta a atenção de Raoul, o Visconde de Chagny (Patrick Wilson), novo patrocinador da companhia de teatro. Raoul e Christine, que já se conhecem desde os seus tempos de criança, apaixonam-se. E o filme foca-se no triângulo que aqui se forma. Os proprietários do teatro vão sempre tentando esconder o caos criado pelo Fantasma, que exige a Christine que fique com ele, que foi o seu misterioso tutor.
Apesar de ter diferenças significativas em relação ao texto original, Andrew Lloyd Webber procurou seguir a estrutura do romance de Gaston Leroux. Este filme é, de entre os mais conhecidos, o único em que o fantasma não morre no final – tal como na história de Leroux.
A trama é recheada de músicas compostas por Andrew Lloyd Webber, cantadas pelos próprios actores. Minnie Driver foi a única que não cantou realmente por não ser soprano.
O filme explora muito bem a ideia de que somos muito influenciados pelo meio em que vivemos e de como isso nos pode moldar a algo ao qual não nos moldaríamos se tivéssemos vivido num outro contexto. Todo o argumento está bem construído, deixando claro, logo no princípio – cena que mostra como o Fantasma foi, em criança, explorado e mal tratado devido ao seu aspecto -, quais os factores que levam à criação da personalidade do Fantasma, que, apesar de fazer o papel de vilão, não passa de uma vítima daquilo que a sociedade da época lhe fez. Nesse sentido, podemos até considerar que se trata de algo bastante actual, uma vez que, de uma forma ou de outra, todos somos fruto da cultura em que nos inserimos.
Comments