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Casablanca

  • Cristina Leite
  • 1 de jun. de 2015
  • 2 min de leitura

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Casablanca, um romance dramático de 1942 dirigido por Michael Curtiz e escrito por Julius J. Epstein, Philip G. Epstein e Howard Koch, é um exemplo exímio de um guião bem executado.

A produção do filme já havia começado e apenas metade do guião estava escrito. Desta feita, não existe um guião final de Casablanca, mas um conjunto variado de versões.

Embora na época o seu impacto cinematográfico não tenha sido prenunciador, Casablanca foi assentando cada vez mais o seu lugar nos primeiros nomes a anunciar quando o assunto é “os melhores filmes” e “os melhores guiões”. Indicado para vários Óscar da Academia, Casablanca venceu na categoria de melhor filme, melhor director e melhor guião adaptado.

O enredo situa-se durante a II Guerra Mundial e tem na sua maioria, como pano de fundo, um conhecido café em Marrocos chamado “Rick’s Café Americain”. O enredo gira em torno de Richard Blane, o dono do café, e Ilsa Laszlo que haviam vivido juntos uma história de amor em Paris, interrompida pelo súbito desaparecimento de Ilsa. O reencontro dá-se vários anos depois em Casablanca, Marrocos, cidade repleta de refugiados que tentavam a todo o custo obter visto para Lisboa e, a partir daí, fugir para os EUA.

Casablanca possui um argumento dramaticamente simplista com uma narrativa linear baseada numa trama própria da época. Porém, foi um guião complexo, acabando por ter diversas versões. As gravações já iam a meio e o seu fim ainda era desconhecido. Os diálogos finais foram escritos já próximos do término das gravações e enviados rapidamente para o set.

Bem delineado e com diálogos extensos e bem conseguidos, o guião é bastante forte e é um excelente exemplo expositivo de uma evolução crescente de uma personagem.

A construção das personagens é bastante rica pois todas têm características (feitios/qualidades/defeitos) bem vinculadas, o que as torna bastante reais. O personagem Richard é, tendo em vista a lógica seguida em muitos argumentos, muito antagónica, não se afigurando como o típico personagem herói a que o público está acostumado. No fundo, os escritores conseguiram conferir uma maior humanização às personagens, aprofundando distintamente as suas características.

Ao longo do argumento denota-se um revirar da ordem narrativa ao distanciar o enredo para o passado, através do uso de flashbacks que reforçam a narrativa ao retratar o começo da relação entre Richard e Ilsa. Esse reforço é substancial porque explica ao espectador o motivo pelo qual Richard demonstrara ressentimento no reencontro de ambos no café – sem explicação e motivo aparente, Ilsa não comparecera na estação de comboio de onde era suposto ambos partirem. Este reencontro frio entre ambas as personagens só se torna perceptível muito para o final do filme, aquando da inserção dos flashbacks.

Embora o enredo se desenvolva numa época critica e intimamente ligada ao argumento, é colocada, de certa forma, pouca enfase ao conflito vivido na Europa. No fundo, Casablanca é um clássico ainda hoje reavivado, com uma história focada num amor não consumado.

 
 
 

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